26 de abr. de 2011

Aos vinte


 
Sou metamorfa. Aos vinte sou o que nunca pensei ser. Sou água do mar. Agitada e revolta, moldável e forte. Também não sei o que serei daqui para frente. Meus pensamentos são outros, são tantos e não definíveis. Sou terra e fogo. Aos vinte sei o que nunca pensei que saberia e amo de um jeito que também jamais imaginei. Aos vinte enxergo mais. 

Aos vinte ainda sou filha e estudante e namorada. Daqui para a frente ser humano em crescimento não-obrigatoriamente biológico. Sou ser simplesmente.
Sou moldura clara e simples. E falante querendo ser mais ouvinte. E curiosa querendo aprender tudo e abraçar o mundo. E dedicada quase até a exaustão. E delicada quase até a ser chata. Mais do que fui antes. E também gosto de educação e polidez. Comigo e por isso mesmo pratico-a metodicamente com os outros.

E também gosto de tantas coisas mais. Tantas músicas que pensei que não gostaria. Tantos gostos, fotos, formas, sombras, lugares, cheiros e cantos que nunca havia imaginado.

Aos vinte começo a aprender e entender que o mundo é vasto. Que o mundo é possibilidade. Que a vida é livre e feita de escolhas a cada momento. Aos vinte sinto saudade de quem está longe vivendo uma outra vida e também de quem partiu para nunca mais voltar. Aos vinte também tenho minhas faltas e sei que estas crescerão.

Percebo que os caminhos são escolhas. Uma roupa, um sapato, uma chave, uma esquina, um carro, táxi, ônibus, bonde, ladeira,portas, amores que te levam para um lugar só seu. Não porque este é secreto, mas sim porque só você sabe como chegou lá. São seus passos, suas histórias e suas escolhas a olhos vistos mas a verdades veladas.

Aos vinte também sou errante. Aos vinte ainda sonho e acordo assustada. E cada vez menos me sinto culpada por ainda não saber bem o que querer da vida. Tirei esse peso das minhas costas quando percebi que o mundo está girando muito depressa e quando decidi que eu mesma ditaria o ritmo da minha vida.

Aos vinte certamente tenho muitas responsabilidades. Reais e impostas. Imaginárias ou não. Mas sim, responsabilidades. Comigo (principalmente) e com os outros. Muito em parte porque cobro bastante de mim mesma e isso muito, muito antes dos vinte.

Aos vinte me sinto completamente lapidável. Me sinto vazia e pronta e disposta para aprender.
Sou outra e assim quero continuar sendo.

19 de abr. de 2011

Pensamento para a vida

" Knowing is not enough, we must apply.
  Willing is not enough, we must do."  
                                                                   Goethe


Momento de breve, talvez não tão breve, ausência do blog.
Momento de muito aprendizado e tentativa intensa de aplicação dessa maravilha aí em cima.

Bom feriadão a todos. =)

5 de abr. de 2011

Quatro anos de luz dos olhos


Com nossa trilha original, daquelas manhãs em que ainda nem sonhávamos em ser um casal, na parte em que fazíamos (e ainda fazemos!) aquela graça com os carros.
Meu nerdinho boêmio (só você mesmo para juntar dois adjetivos não imagináveis para uma só pessoa) lindo! 

"(...) Pra eu te dar a mão nessa hora
Levar as malas pro Fusca (insira aqui nossos carros, hahaha) lá fora 
Eu vou guiando, eu te espero vem
Siga aonde vão meus pés
Porque eu te sigo também
Eu te amo
Eu te peço vem
Diga que você me quer
Porque eu te quero também"

E continuo querendo muito e muito. <3 ³

Porque de perdas também somos feitos


Às vezes perdemos de nós mesmos. Outras a própria vida se encarrega de levar alguém querido do nosso lado. E é essa vida, essa renovação, essa devolução de energia a qual todos nós passaremos e que tem suas próprias leis. E é esse movimento que a gente não entende, apenas se conforma.E é essa nossa curiosidade frente a esse grande mistério. E é esse buraco que fica e que nos acompanha até o nosso próprio momento de encontros e despedidas. Enquanto estamos por aqui fica o carinho, a saudade boa, a lembrança, o som do riso e tudo mais que nos leve para um lugar bom.
Paz para quem foi e para quem está aqui.


"Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nuca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim chegar e partir (...)
A plataforma dessa estação é a vida desse meu lugar
É a vida"


(Encontros e Despedidas - Milton Nascimento)