14 de fev. de 2010

Era uma vez

Uma menina que espalhava a alegria aonde passava, que sorria seu sorriso de sol, que gargalhava uma risada sem vergonha e sonora.
Era uma vez uma menina que sonhava em ser grande, tão grande que ultrapassasse o céu e pudesse ver as coisas lá de cima por baixo das nuvens.
Essa menina uma vez quis que ninguém a deixasse, que ninguém partisse, que nada nunca desse errado, quis desejar e ver o desejo cumprido e quis muito mais.
Essa mesma menina desejou não crescer nunca pra não ter que ver seus desejos esticando junto com seu corpo. Ela mesma depois não quis jamais voltar a ser menina novamente. Aprendeu a gostar das coisas como elas são porque aprendeu em algum lugar que é assim que a vida é.
Ela cresceu e viu seu corpo se esticando, seus desejos aumentando e esses eram desejos diferentes dos de antes.
Ela quis por alguns segundos parar no tempo, ela também quis chorar muito. Ela foi muito feliz diversas vezes e aprendeu que passa. Ela quis partir milhões de vezes mas viu que também passou.


Aprendeu que passa, sendo bom ou ruim.


Mas o que ela não aprendeu, mesmo tendo deixado de ser aquela menina do sorriso de sol há tanto tempo e se tornado uma mulher, foi que por mais que passe não significa que não vai deixar marcas. Essas ela tem tem desde que era aquela menina e só descobriu que não as percebia.
A menina é mulher e não tem os mesmos desejos, tem marcas a mais, é quieta e reclusa e aguarda que tudo passe mais uma vez.

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